terça-feira, junho 08, 2010

Cigarro


Baganas amarelas tão belas,
Pousando suaves no chão.
A leveza sutil do filtro,
Seguida do odor de alcatrão.

Sois como raios urbanos,
Vagalumes artificiais.
Como projéteis traçantes,
Flamejantes e fatais

Ah, meu amigo cigarro,
Querido causador de escarros
E abstinência de nicotina.

Quando estou a fumar,
Por vezes me sinto afiar
Minha própria guilhotina.

2 comentários:

Dhiego Recoba disse...

boa velho! gostei...

Leo.. Schneider disse...

Caminho.

acendendo no frio um
cigarro de luvas cinzas
trovão e chuvisco

piscou-me três, um a um,
a lua em cheio
leste lado a cada
passo de prédio

andado largo
variável ao clima
que se abre minuando
cantigas ou vespero de gotas
gelo-nuvem-concreto

leva-me o asfalto
ligeiro com palavras
do verso pré-escrito
direito pé reboque
ao pouso
dobre a esquina