terça-feira, novembro 23, 2010

Pré-conceito

Sábado à tarde eu estava com ela em meus braços,

Gostava dela, embora cada vez que eu a beijasse sugava um pouco do que lhe dava importância.

Então encontrei um amigo e permiti que a beijasse também.

Nunca me importei com isso. Ele também a teve consigo nos braços. Conversávamos eu e meu amigo com naturalidade e ela ia, aos poucos, perdendo a sua importância.

Meu amigo foi embora, não sem antes despedir-se dela beijando-a novamente.

Ficamos só eu e ela andando por aí de braços como os casais fazem e ela ia perdendo a sua cor bronzeada,
conforme íamos conversando ela ia ficando transparente.

Sim, eu já a estava conhecendo melhor, ela ia perdendo os rótulos ficando igual as outras.

Então sentei na calçada com ela. Já cansado dela.

Era madrugada, dormimos juntos na calçada. Eu não conseguia mais solta-la.

Até que, de forma bruta, alguns amigos me juntaram na sarjeta e arrancaram-na das minhas mãos dizendo que ela era perigosa e já havia matado muitos por aí,

Eu, cego de amor, não aceitava nada do que eles me diziam, e pedia para que me devolvessem ela para que eu lhe desse pelo menos um beijo de despedida.

Foi então que alguém, mais exaltado, jogou-a com força no chão.

E foi uma queda mortal. - Assassinos são vocês! Eu gritava.

Nunca mais pude tê-la em meus braços, nem mesmo acariciar sua pele lisa e glabra.
Jogaram minha garrafa de whisky no chão.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom! tanto este quanto o anterior, parabéns ^^

Anníssima disse...

Baah! Chocante!! Muito bom mesmo!Acho que se não tivesse a revelação do último verso, na minha opinião, seria melhor ainda... (mandei um email há um tempo atrás perguntando sobre a Doze Doses... quando tiver uma música por aí, queria saber!).

Kaue Catalfamo disse...

Uma crítica literária é sempre bem vinda, ainda mais se feita por alguém da área...hehehhe