quinta-feira, abril 22, 2010

Poesia da música Molotov (Doze Doses)

Salvador Allende No verdadeiro 11 de setembro (1973), dia do golpe de Pinochet

Estou a rasgar a vísceras da cidade
A juntar migalhas míseras de amizade
A cantar canções soníferas da antiguidade
A trabalhar em jornadas sudoríparas contra a vontade
A assistir películas ridículas para passar as tardes
De domingos típicos e santos feriados
A olhar propagandas políticas para achar engraçado
Ouvindo as palavras ofídicas desses desgraçados
Que se associaram aos militares do passado
E hoje dão medalhas honoríficas aos soldados
O AI-5 acabou mas continua o conchavo
Me digam qual general que foi condenado
A informação é restrita por isso ninguém aprende
As atrocidades na América foram muito além de Allende
Beneficiados pela lei até hoje seguem impunes
Os documentos da época lacrados até hoje os tornam imunes
Por isso não duvide que andando na rua, ao cruzar algum senhor
Você esteja a poucos metros de um torturador

A ditadura acabou?
Não pra quem foi sequestrado
Exilado!
Torturado!
As marcas do corpo ficam opacas as da mente martelam pesado
Pergunte aos familiares dos milhares de assassinados
O que fariam com os militares que disparavam em nome do estado
Os torturados, mortos e feridos...foram esquecidos
Os senhores torturadores jamais serão olvidados
Devido ao seu heroísmo, foram homenageados
Em tempos democráticos lhes reservaram um privilégio
Viraram nome de bairro
Viraram nome de prédio
Viraram nome de rua
Viraram nome de colégio
E como se não bastassem as torturas da antigas milícias
Deixaram suas práticas de herança à nossa atual polícia
Agora Democratização. Vingança? Punição? Não! Anistia!
E você continua pagando pelas suas gordas aposentadorias.

Kaue Catalfamo

2 comentários:

Unknown disse...

tu é fudido hein guri!!!!! muito boa a letra!!!!

Unknown disse...

essa foto é FODAAA! momento loco repara na arma na mao do Allende... se pah uma AK47!